O consumo dos dois enlatados pode até ser maior e isso gera uma certa confusão, mas atum e sardinha são dois peixes bem distintos um do outro. As duas espécies vêm do mar, porém suas diferenças já começam no tamanho do animal!
Atum |
Os ácidos graxos ômega 3 são gorduras essenciais para o organismo e pode prevenir inúmeras doenças. Dentre elas doenças cardiovasculares! Além disso, seu consumo está associado a ações anti-inflamatórias, na redução do colesterol ruim (LDL), na regeneração dos neurônios, no desenvolvimento cerebral e até no combate à epilepsia.
O ômega 3 está presente em boas quantidades em ambos os peixes, porém a
Sardinha |
Leia o rótulo, saiba que todos os produtos enlatados vão ter quantidades altas de sódio em sua composição, pois este mineral ajuda na conservação do peixe. Então, não devo comer? Depende! Caso seu plano alimentar esteja calculado com porções corretas dos alimentos, adicionar atum ou sardinha enlatados não causará grandes diferenças devido ao teor de sal presente.
Outra questão importante é que alguns peixes são ricos em ômega 3, porém contém quantidades consideráveis de mercúrio, que é neurotóxico! E um desses peixes é o atum, pois é predador de espécies menores, como a sardinha, por exemplo.
A recomendação de consumo de peixes, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, é de 2 porções de aproximadamente 75g de peixe por semana. É claro que consumir o peixe in natura traz benefícios muito maiores ao corpo, mas caso não seja possível, as versões enlatadas podem ser boas alternativas. Você pode escolher as versões enlatadas em óleo, em azeite, em água e em até em molho de tomate. Basta ter em mente que ler o rótulo é essencial para saber quais são as marcas que vão agredir menos sua saúde e te beneficiar com os nutrientes presentes nos peixes.
Quer um bom conselho? Evite os produtos que contém glutamato monossódico! Este aditivo, além de ter mais sódio, pode alterar o metabolismo da fome e da saciedade, aumentando o seu apetite.
Vamos a algumas comparações em números? Em 100g de atum e sardinha (conserva em óleo) temos:
Atum | Sardinha | |
Calorias | 166kcal | 285kcal |
Proteína | 26,2g | 15,9g |
Lipídios | 6g | 24g |
Gorduras Saturadas | 1,0g | 4,1g |
Monoinsaturadas | 1,3g | 5,5g |
Poli-insaturadas | 3,2g | 11,9g |
Cálcio | 7mg | 550mg |
Fósforo | 211mg | 496mg |
Sódio | 362mg | 666mg |
Potássio | 280mg | 367mg |
Alguns desses valores podem mudar dependendo da marca no produto analisado. Mas, se bem observarmos, mesmo com valores mais altos de calorias e lipídios, a sardinha é boa fonte de cálcio, fósforo e potássio.
Lembre-se que nenhum alimento pode ser considerado “ruim”, existem aqueles que tem maiores quantidades de nutrientes em detrimento das quantidades de aditivos industriais e de anti-nutrientes. O equilíbrio na alimentação ainda é o segredo de tudo!
Procure uma nutricionista!
Sua saúde agradece!
REFERÊNCIAS:
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CYSNEIROS, R.M.; TERRA, V.C.; MACHADO, H.R.; ARIDA, R.M.; ALBUQUERQUE, M.; SCORZA, C.A.; CAVALHEIRO, E.A.; SCORZA, F.A. Epilepsy and sudden unexpected death in epilepsy? Eat more fish! A group hypothesis. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 67, n. 3, p. 927-929, 2009.
LOIKO, M.R. Avaliação físico-química e perfil lipídico de Sardinha (Sardinella brasiliensis) e Atum (Thunnus tynnus) em óleo e molho com tomate. 2011. 38 f. Monografia (Especialização em Produção, Tecnologia e Higiene de Alimentos de Origem Animal), Faculdade de Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011.
NEPA – Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). 4ª ed. Campinas: NEPA – UNICAMP, 2011. 161 p.
PEIXOTO, S. Atum: natural, com molho de tomate ou ao óleo. Qual é o melhor? Site Fechando o Zíper.
OLIVEIRA, J.M. O peixe e a saúde: das recomendações para o consumo às possibilidades ambientais de atendê-lo. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, v. 20, p. 141-146, 2013.
VISENTAINER, J.V.; CARVALHO, P.O.; IKEGAKI, M.; PARK, Y.K. Concentração de ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA) em peixes marinhos da costa brasileira. Ciência e Tecnologia dos Alimentos, Campinas, v. 20, n.1, 2000.
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